Há dias assim, melancólicos. Nem sequer sei ao certo se posso dizer que é por causa desta espécie de Inverno. Pode ser apenas um estado de alma. A alma por vezes adormece. Foge. Escapa-se por momentos.
Anoitece. Apetece calor e mantas e amor. E uma tranquilidade doce, que nos faz esquecer e sobrevoar em voos rasantes a realidade dos dias.
Se calhar precisava apenas de ter a tua ternura espalmada na pele. De ter o teu carinho a apertar-me a alma.
Se calhar precisava apenas dos braços entrelaçados em abraços e sentir.
Sentir que sim. Sentir cá por dentro, no fundo onde faz eco, que estares perto é saber que afinal, a vida faz sentido.
E sentir na pele um arrepio, sentir o calor dos corpos, o compasso dos corações e libertar a alma, deixá-la partir sem a prender. Ela sempre volta, sabes?
Ouvir uma melodia e deixar-me levar por todos os outros sentidos.
Se calhar... é assim, nos gestos simples, que nos aninhamos num embalo doce de paraíso.
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