Pele Rasgada
00:46 | Author: Bruno


Há pessoas que têm o dom de descrever aquilo que sentimos.


Os dias têm sido imensos...e as noites, essas, longas demais.

E tenho pensado em tanto que vivi, em tanto que esperei, em tanto que não consegui.
E o pior, muitas vezes, é não ter respostas para perguntas que faço. Talvez sejam sem sentido. Rodopiam em mim como se me quisessem sufocar. Mas eu não sei, não sou eu quem sabe as respostas. E tudo me parece ser possível.
Abraço-me na ânsia que o sono chegue depressa, que afaste imagens de mim...


E no meio de pensamentos destroçados, sei que algures fiz tudo errado, só não sei onde.
Cruzei linhas que não me eram permitidas, acreditei em palavras. Uma vez mais acreditei... uma vez mais me decepcionei.
E quantas vezes não decepcionei eu alguém?
Quantas vezes não dei o que esperavam de mim? Um carinho, uma palavra, qualquer coisa que nunca deixei sair. Quantas vezes magoei sem saber?

E sei que perco. E perder, quase sempre dói.
Sei que acreditei em algo que afinal a vida me provou, mais uma vez, que não existe. Mas eu teimo. Eu preciso saber, mesmo que as palavras me tragam a maior mágoa. A mágoa passa, as palavras ficam... mas pelo menos sei. Fico sem dúvidas. As dúvidas que me fazem ficar acordado e dividido entre o querer e o dever. A dúvida que não me deixa saber qual é, afinal, o meu lugar: se longe se perto.

As vozes que nos chegam de mansinho, que nos garantem ser diferentes e que nos provam que são iguais.
As vozes que querem algo de nós que não somos capazes de dar, que nos pedem o que nós também pedimos.

Fecho portas devagar... rasgo a pele com as palavras que não posso dizer... com prazeres que não me são permitidos.
Porque o coração está cá... batendo mais calmo, dorido... mas vivo.
E num dia qualquer tudo será lembrança. E num dia qualquer já nenhuma palavra fará qualquer diferença. E num dia qualquer já não há regresso. E num dia qualquer a memória já nada nos traz. Talvez venha um sorriso de saudade, talvez...
Porque num dia, éramos tudo... no outro nada.
Porque nesta vida de faz de conta... passamos de bestiais a bestas com tanta facilidade como de bestas a bestiais. E não compreendo. Ou talvez compreenda, mas não aceito ser igual. Não quero ser. Não posso ser.
Era tão mais fácil se todas as palavras fossem ditas... se não houvessem máscaras ou fingimento... tão mais fácil! Era tão mais fácil poder olhar e dizer tantas coisas que o coração grita e que a boca cala! Era tão mais fácil poder odiar. Mas sou assim: quando gosto, gosto. E nunca sou capaz de deixar de lado esses amores, esses sentimentos... mesmo que só me façam mal.

Porque se fala o que não se quer? Porque se diz o que não se sente? Porque se fere quando se quer apenas amar?
Sinto-me cansado de uma guerra que não escolhi, que não procurei e que me faz sofrer.
Uma guerra que chegou sem me avisar... e que partiu deixando-me derrotado.
Não quero mais, estou cansado.
Quero que o tempo volte atrás e refaça todo o mal que fiz... todas as decepções que causei... ou que o tempo passe depressa e me permita esquecer.
E sei que isso vai acontecer.
Sei que na mágoa vou aprender de novo a acreditar... e quem sabe amar.

Que as lágrimas deslizem pela face, que se transformem em pedras e que em pedra se torne o meu coração.
Porque se sofre sempre tanto?

Há tantas arestas que preciso limar! Tantas correntes das quais preciso me libertar! Tantas palavras e gestos que preciso esquecer!

E como confissão: sim, estou carente. Queria apenas aquele abraço que apertado e triste me pudesse fazer chorar. Preciso tanto libertar-me de lágrimas que tenho presas em mim... queria tanto ouvir uma voz que me dissesse: Gosto muito de ti.
E que por essas palavras a pele se rasgasse e gritasse: Também eu gosto de ti. Muito.

Quem sabe então assim...

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8 Viajantes:

On 14 de fevereiro de 2008 às 12:52 , Jokinh@ disse...

Toma lá um abraço!

Há uma musica da Laura Pausini chamada Se ami sai(se me amas...)gosto especialmente da versão com o gilberto gil, essa musica diz muito, muito mesmo... não sei se se aplica.. mas escuta a:

http://www.youtube.com/watch?v=iq74bBWKAEk&feature=related

 
On 14 de fevereiro de 2008 às 13:00 , Bruno disse...

Para quem quiser ouvir é esta:

http://www.youtube.com/watch?v=iq74bBWKAEk

 
On 14 de fevereiro de 2008 às 20:23 , Luis disse...

:')

gosto de me lembrar do nosso domingo, de toda aquela primavera que existia e nos continha.
Lembra-te tu também.

Grande abraço!

 
On 14 de fevereiro de 2008 às 23:50 , Bagorrilha disse...

só porque gosto imenso de estar contigo, um abraço amigão, daqueles fortes que nem consegues respirar. lol

 
On 15 de fevereiro de 2008 às 00:20 , DuckyGirl disse...

no meio de tanto abraço de brincadeira, só nós sabemos a profundidade e o sabor do abraço verdadeiro!
tenho-t bem guardado e sabes q tens todos os abraços q qiseres/precisares ;)

 
On 15 de fevereiro de 2008 às 10:20 , Nice disse...

Já que anda tudo numa de abraços e visto ainda não termos confiança para tal, deixo-te um beijo...outro! :)

 
On 15 de fevereiro de 2008 às 11:37 , Anónimo disse...

"Words don't come easily
Like sorry like sorry
Forgive me"

Abraço-te de verdade

 
On 17 de fevereiro de 2008 às 22:29 , Anónimo disse...

De mim não levas abraço nenhum, que raio de bichanices são essas? Só levas de bj's pra cima.. LOL! Até parece... que é que hão de dizer as pessoas que lêem isto? tss tss.. tem maneiras filho, tem maneiras =p
Esse mal é geral? Parece que sim..
Tu não sei, mas eu só não crio juízo pk n sei o que ele come... lol.
saúdinha

P.S.- Não tirando o mérito à bella italiana, aconselho vivamente: Alicia keys - prelude to a kiss.
http://www.youtube.com/watch?v=SYE8zrYKEZU

boa semana...razoavel va! assim assim...pobrezinha, medíocre, ordinária..olha, aguenta-te até ao meu regresso :o