Num dia como o d'hoje
16:33 | Author: Bruno
"No dia em que o homem permitir que o verdadeiro amor apareça, as coisas que estão bem estruturadas transformar-se-ão em confusão, e irão pôr em causa tudo aquilo que achamos que é certo, que é verdadeiro. O mundo será verdadeiro quando o homem souber amar - até lá, viveremos a pensar que conhecemos o amor, mas sem coragem de o enfrentar tal como é.
O amor é uma força selvagem. Quando tentamos controlá-lo, ele destrói-nos. Quando tentamos aprisioná-lo, ele escraviza-nos. Quando tentamos entendê-lo, ele deixa-nos perdidos e confusos."


"O Inverno deve ser muito frio para quem não tem recordações ternas… E nós já perdemos a Primavera?"

Há uns dias atrás alguém partilhava comigo esta frase. Hoje lembrei-me dela. Hoje, especialmente hoje.
Porquê? Nem sei... Tem de haver motivo especial? Não, não tem...
Talvez me tenha lembrado porque me apercebi que afinal o sol brilha. Que depois da tempestade vem a bonança. E assim acontece. Ainda ontem chovia, os dias eram escuros, cinzentos, amargos e frios. Hoje o sol brilhou intensamente, a lembrar como devemos viver. Intensamente. Não um viver desmedido, mas desmedidamente comedido. Contraditório...
É em dias como este que nos apetece sorrir, rir, gargalhar, dar asas à imaginação, sair de casa e ir por aí... Perdermo-nos em qualquer paisagem. Em qualquer pessoa. Em qualquer palavra.
É em dias assim que sentimos o coração quente, que nos apetece apaixonar-nos por tudo e todos. Dizer que somos e estamos felizes. Mesmo não o estando.
É nestes dias que no apetece gritar, gritar, gritar. Dar sentido à nossa liberdade. Sair do Inverno da vida e mergulhar na Primavera.
É em dias assim que nos apetece fazer sair aquilo que nos vem crescendo dentro do peito há muito tempo. Fazer brotar o amor e o sorriso escondido.

É preciso que o sol brilhe para que nos lembremos de tais coisas?
É preciso que os dias sejam claros para clarificarmos o nosso coração?
Onde está a minha vontade, a minha razão de viver?


Em dias como o de hoje lembro-me demasiadamente de ti. Desse teu jeito de menina mulher. Do brilho do teu sorriso, da doçura do teu olhar.
É em dias assim que me apetece perder por aí. Contigo. Em ti. Perder-me para quem sabe, depois, me encontrar. Te encontrar. Nos encontrar-mos.
É nestes dias que deixo o meu coração falar por mim, que o meu olhar te diga o que a boca não consegue dizer.


Num dia como o de hoje segredava-te isto ao ouvido e sorria.


Metade
12:59 | Author: Bruno



"Porque metade de mim é Amor, e a outra metade... Também!"
Adeus
23:11 | Author: Bruno

Um dia a Nice, através da Ana, partilhou comigo este poema de Eugénio de Andrade.


"Já gastámos as palavras pela rua, meu amor,
e o que nos ficou não chega
para afastar o frio de quatro paredes.
Gastámos tudo menos o silêncio.
Gastámos os olhos com o sal das lágrimas,
gastámos as mãos à força de as apertarmos,
gastámos o relógio e as pedras das esquinas
em esperas inúteis.
Meto as mãos nas algibeiras e não encontro nada.
Antigamente tínhamos tanto para dar um ao outro;
era como se todas as coisas fossem minhas:
quanto mais te dava mais tinha para te dar.
Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes.
E eu acreditava.
Acreditava,
porque ao teu lado
todas as coisas eram possíveis.
Mas isso era no tempo dos segredos,
era no tempo em que o teu corpo era um aquário,
era no tempo em que os meus olhos
eram realmente peixes verdes.
Hoje são apenas os meus olhos.
É pouco mas é verdade,
uns olhos como todos os outros.
Já gastámos as palavras.
Quando agora digo: meu amor,
já não se passa absolutamente nada.
E no entanto, antes das palavras gastas,
tenho a certeza
de que todas as coisas estremeciam
só de murmurar o teu nome
no silêncio do meu coração.
Não temos já nada para dar.
Dentro de ti
não há nada que me peça água.
O passado é inútil como um trapo.
E já te disse: as palavras estão gastas.
Adeus."


Ler este poema deixa sempre um vazio em mim, um vazio que me tenho vindo a habituar. Algo que me corrói e consome. E uma lágrima teima sempre em cair destes olhos verdes peixe. Costuma dizer-se que os olhos são o espelho da alma.
Olha para os meus.
Diz-me:
-Que vês?
Pele Rasgada
00:46 | Author: Bruno


Há pessoas que têm o dom de descrever aquilo que sentimos.


Os dias têm sido imensos...e as noites, essas, longas demais.

E tenho pensado em tanto que vivi, em tanto que esperei, em tanto que não consegui.
E o pior, muitas vezes, é não ter respostas para perguntas que faço. Talvez sejam sem sentido. Rodopiam em mim como se me quisessem sufocar. Mas eu não sei, não sou eu quem sabe as respostas. E tudo me parece ser possível.
Abraço-me na ânsia que o sono chegue depressa, que afaste imagens de mim...


E no meio de pensamentos destroçados, sei que algures fiz tudo errado, só não sei onde.
Cruzei linhas que não me eram permitidas, acreditei em palavras. Uma vez mais acreditei... uma vez mais me decepcionei.
E quantas vezes não decepcionei eu alguém?
Quantas vezes não dei o que esperavam de mim? Um carinho, uma palavra, qualquer coisa que nunca deixei sair. Quantas vezes magoei sem saber?

E sei que perco. E perder, quase sempre dói.
Sei que acreditei em algo que afinal a vida me provou, mais uma vez, que não existe. Mas eu teimo. Eu preciso saber, mesmo que as palavras me tragam a maior mágoa. A mágoa passa, as palavras ficam... mas pelo menos sei. Fico sem dúvidas. As dúvidas que me fazem ficar acordado e dividido entre o querer e o dever. A dúvida que não me deixa saber qual é, afinal, o meu lugar: se longe se perto.

As vozes que nos chegam de mansinho, que nos garantem ser diferentes e que nos provam que são iguais.
As vozes que querem algo de nós que não somos capazes de dar, que nos pedem o que nós também pedimos.

Fecho portas devagar... rasgo a pele com as palavras que não posso dizer... com prazeres que não me são permitidos.
Porque o coração está cá... batendo mais calmo, dorido... mas vivo.
E num dia qualquer tudo será lembrança. E num dia qualquer já nenhuma palavra fará qualquer diferença. E num dia qualquer já não há regresso. E num dia qualquer a memória já nada nos traz. Talvez venha um sorriso de saudade, talvez...
Porque num dia, éramos tudo... no outro nada.
Porque nesta vida de faz de conta... passamos de bestiais a bestas com tanta facilidade como de bestas a bestiais. E não compreendo. Ou talvez compreenda, mas não aceito ser igual. Não quero ser. Não posso ser.
Era tão mais fácil se todas as palavras fossem ditas... se não houvessem máscaras ou fingimento... tão mais fácil! Era tão mais fácil poder olhar e dizer tantas coisas que o coração grita e que a boca cala! Era tão mais fácil poder odiar. Mas sou assim: quando gosto, gosto. E nunca sou capaz de deixar de lado esses amores, esses sentimentos... mesmo que só me façam mal.

Porque se fala o que não se quer? Porque se diz o que não se sente? Porque se fere quando se quer apenas amar?
Sinto-me cansado de uma guerra que não escolhi, que não procurei e que me faz sofrer.
Uma guerra que chegou sem me avisar... e que partiu deixando-me derrotado.
Não quero mais, estou cansado.
Quero que o tempo volte atrás e refaça todo o mal que fiz... todas as decepções que causei... ou que o tempo passe depressa e me permita esquecer.
E sei que isso vai acontecer.
Sei que na mágoa vou aprender de novo a acreditar... e quem sabe amar.

Que as lágrimas deslizem pela face, que se transformem em pedras e que em pedra se torne o meu coração.
Porque se sofre sempre tanto?

Há tantas arestas que preciso limar! Tantas correntes das quais preciso me libertar! Tantas palavras e gestos que preciso esquecer!

E como confissão: sim, estou carente. Queria apenas aquele abraço que apertado e triste me pudesse fazer chorar. Preciso tanto libertar-me de lágrimas que tenho presas em mim... queria tanto ouvir uma voz que me dissesse: Gosto muito de ti.
E que por essas palavras a pele se rasgasse e gritasse: Também eu gosto de ti. Muito.

Quem sabe então assim...

Music and Lyrics
16:16 | Author: Bruno


Ben Harper - Walk Away

oh não... aí vem o sol de novo
isso significa outro dia
sem ti minha amiga

e magoa-me
olhar para o espelho de mim mesmo
e dói mais ainda
ter de estar com outra pessoa
e é tão difícil de fazer
e tão fácil de dizer
mas às vezes - às vezes,
tu tens somente que ir embora - ir embora

com tantas pessoas
para amar na minha vida,
por que será
que só me preocupo com uma?

mas tu colocaste a felicidade
na minha tristeza
tu colocaste os bons momentos
na minha diversão
e é tão difícil fazer
e tão fácil dizer
mas às vezes - às vezes,
tu tens que andar em direcção à porta de saída

nós tentamos o adeus
por tantos dias
nós andamos na mesma direcção
de modo que nunca poderíamos ficar

dizem que se amas alguém
então deves dar-lhe a liberdade
mas eu preferia estar preso a ti
a viver nesta dor e miséria

dizem que o tempo
fará com que isto vá embora
mas é o tempo que agarrou os meus amanhãs
e transformou-os em ontem

e mais uma vez o sol que nasce
se põe
e mais uma vez tu, minha amiga
estás em lugar nenhum para seres encontrada

e é tão difícil de fazer
e tão fácil de dizer
mas às vezes - às vezes,
tu tens somente que ir embora - ir embora
em direcção á porta de saída
deves ir embora
ir embora
Grito d'Alma
18:29 | Author: Bruno



"Não, já que na resposta está implícita a minha própria incompetência para manter ao meu lado a mulher que amo. Vale a pena procurá-la para a convencer a voltar para mim? Implorar, mendigar mais uma oportunidade para o nosso casamento?
Isto parece ridículo: é melhor sofrer como já sofri antes, quando outras pessoas que amei me deixaram. É melhor lamber as minhas feridas, como também já fiz no passado. Vou ficar algum tempo a pensar nela, irei transformar-me numa pessoa amarga, irritarei os meus amigos porque não terei outro assunto a não ser a partida da minha mulher. Tentarei justificar tudo o que aconteceu, passarei dias e noites revendo cada momento ao seu lado, acabarei por concluir que ela foi dura comigo, logo eu, que sempre procurei ser e fazer o melhor. Arranjarei outras mulheres. Quando andar pela rua, cruzar-me-ei a cada instante com uma pessoa que poderá ser ela. Sofrer dia e noite, noite e dia. Isto pode demorar semanas, meses, talvez mais de um ano."

in Zahir, Paulo Coelho


Quando pensamos que somos uns incompreendidos e que as pessoas não sabem sequer os que estamos a passar encontro textos assim, palavras que me beijam, que me fazem sentir confortado.
São situações destas, que vivo agora, que me fazem acreditar cada vez menos quando as pessoas me dizem "gosto de ti", ou que sou especial, ou, de alguma maneira, importante nas suas vidas. Quando já nem nas palavras posso acreditar o que fica? Os gestos? As acções? E se ainda assim não me fizerem acreditar, que fica?

Há pessoas que ainda me beijam com as suas palavras. Palavras puras, sinceras, palpáveis...
Ontem disseram-me: "Bruno, não é difícil gostar de ti... Tu sabes disso."
E uma lágrima teimou em cair.


Hoje, numa conversa animada, disseram-me que a minha vida, neste campo, "precisava de um momento all bran."


Tal como a música diz:

"Rasgo a pele
quero ser nada
Quero despir-me de mim
Reencontrar a alma"

Que assim seja
Não queiras saber de mim
17:20 | Author: Bruno



Juro, hoje era para escreve algo bonito. Era para escrever como me senti feliz este fim-de-semana. Como me senti confortado e correspondido de alguma forma. Como senti a Tua paz entrar-me na alma. Senti que se morresse no final daquela noite, morreria com um enorme sorriso na cara.

Com os dias percebo que afinal a felicidade é relativa. Aquela felicidade que poderia ter sido e não foi.

Porque não foi?
Não tenho resposta a isso...

Os dias são de luto, de choro constante.


"Talvez fosse melhor não te ter visto, não ter beijado a tua testa. Agarrei-me a essa derradeira nota do teu calor. Ficaste-me com um travo a incenso e a flores mortas. O cheiro do amor vedado que abandonáramos pela paisagem na nossa pré-história. Chamo-lhe amor para simplificar. Há palavras assim, que se dizem como calmantes. O que existia, existe, entre nós, é uma ciência do desaparecimento. Comecei a desaparecer no dia em que os meus olhos se afundaram nos teus. Agora que os teus olhos se fecharam seu que não voltarás a devolver-me os meus."


Fazes-me falta - Inês Pedrosa
Definição de Felicidade
21:00 | Author: Bruno



Hoje estava eu em casa quando se abre uma janela do messenger e vejo assim:
"- Hoje lembrei-me de ti..."

Era uma pessoa com a qual não tinha trocado muitas palavras mas que, de certa maneira, a tinha tocado. Perguntei-lhe o porquê de se lembrar de mim. Ao qual ela me responde com um excerto da Definição de Felicidade, de Fernando Pessoa.


Existe sim, mas nunca a encontramos

Porque ela está sempre apenas onde a pomos

E nunca a pomos onde nós estamos.

Confesso que me apeteceu chorar. É tão bom que as pessoas se lembrem de nós, mas ainda melhor é saber que pudemos ajudar alguém a descobrir o seu rumo. Poderia estar aqui todo o dia a falar de Felicidade, sobre o que me faz feliz ou sobre o que me faz sentir feliz. Não o faço. Até porque às vezes tenho os meus momentos, momentos em que a tristeza bate bem cá por dentro. Momentos em que me apetece desistir, em que as lágrimas teimam em cair, momentos em que a vontade de mostrar o meu sorriso é nenhuma...

Mais que dizer que sou feliz é demonstrá-lo, é senti-lo...

E tu? Ajudas-me?



(a letra aqui)
Fogo e Noite
16:42 | Author: Bruno




Ainda recordo aquela vez em que colocaste a tua mão sobre o meu peito, me olhaste e perguntaste:
- Como está o teu coração?






(sim, eu sei que a música é perfeita)
I really want you
23:53 | Author: Bruno
Realmente há letras de certas músicas que devem ter sido escritas propositadamente para mim.
E todo o refrão faz tanto sentido...








I really want you, I really want you

Many prophets preach on bended knee.
Many clerics wasted wine.
Do the bloodied sheets on those cobbled streets mean
I have wasted time?
Are there silver shores of paradise?
Can I come in from the cold?
I killed a man in a faraway land,
My enemy I'm told.

I really want you to really want me,
But I really don't know if you can do that.
I know you want to know what's right,
But I know its so hard for you to do that.
And time's running out, as often it does,
and often dictates that you can't do that,
But fate can't break this feeling inside,
That's burning up through my veins.

I really want you, I really want you.
I really want you, now.
No matter what I say or do,
The message isn't getting through,
And you're listening to the sound,
Of my breaking heart.

I really want you, I really want you

Is a poor man rich in solitude,
Or does Mother Earth complain?
Did the beggar pray for a sunny day,
But lady luck for rain?
They say a million people bow and scrape,
To an effigy of gold.
I saw life begin in the ship we're in and,
History unfold.

I really want you to really want me,
But I really don't know if you can do that.
I know you want to know what's right,
But I know its so hard for you to do that.
And time's running out, as often it does,
and often dictates that you can't do that,
But fate can't break this feeling inside,
That's burning up through my veins.

No matter what I say or do
The message isn't getting through
And you're listening to the sound
Of my breaking heart

I really want you
I really want you
I really want you