Queria
23:02 | Author: Bruno



Queria ir lá atrás e recordar. Recordar o momento em que me aprisionaste a alma, o ser. O momento em que me aprisionaste com o teu sorriso, com a tua teimosia, com a tua fragilidade.
Queria ir lá atrás e recordar aquele dia. Aquele preciso dia. Aquele dia em que me aprisionaste, não com amarras, não com gestos, não com o teu corpo, mas com as palavras que dissemos sem saber. Aquelas palavras que dissemos quando nos olhámos incessantemente.
Queria ir lá atrás e recordar o teu olhar. Recordar o brilho do teu olhar quando te disse "gosto de ti", sentir o teu coração a querer sair-te do peito enquanto te apertava contra mim. Queria recordar as palavras que não sairam por medo, por sentir que não era preciso de serem ditas quando o próprio coração as gritava.

E ainda assim, hoje, sinto que há tanto por dizer. Sinto que há tanto para viver.

Jurei a mim mesmo nunca mais querer viver isto, mesmo assim vivi, por ti... Sinto que sou personagem de um filme que já vi, que já vivi. Personagem de um filme mudo, um filme triste que teima em não acabar, um filme a preto e branco, necessitado das cores para pintar o meu eu.
Jurei a mim mesmo que as lágrimas não tornariam a cair por decepção, não caíriam novamente porque já tinha aprendido o suficiente.
Adivinha? Teimam em cair... Sabes porquê? Porque não me foi permitido viver, não me foi permitido aprender o suficiente. Porque não te conheci, nem tu me conheceste. Porque eu e tu não passaremos de isso mesmo, eu e tu.

Hoje não me apetece sorrir. Apetecia-me um daqueles abraços apertados que me fizesse chorar. E que as minhas lágrimas conseguissem limpar todas as minhas mágoas, todos os meus medos e incertezas. Talvez assim. Talvez assim conseguisse sorrir.
Mas hoje não. Hoje apetece-me ficar só.
Talvez esta noite não chegue o medo, nem tenha de chorar baixinho. E talvez assim não tenha de secar as lágrimas que teimam em cair...


Em que rua nos perdemos?
O que ficou de quem chegou devagarinho, de quem me deixou gostar devagarinho?


Um dia acreditei quando me disseste baixinho "gosto de ti".
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3 Viajantes:

On 31 de janeiro de 2008 às 13:09 , Ana disse...

Carai Bruno... Estou aqi destruidinha por dentro.. =/

Um beijo e um abraço apertado, de conforto e de presença.*

 
On 7 de fevereiro de 2008 às 14:02 , C disse...

ao ler-t, li-m acredita!
queria e quero voltar lá atrás e lembrar-me do dia em q o vi pla primeira x e me tocou.. queria e quero recordar as primeiras palavras q trocámos... e podia continuar a expressar os meus "quereres"...
hj apetece-me dizer q gosto de ti, assim cmo a um irmão. e desejo saber sp cuidar da nossa amizade.
és bom! já te disso isso e tu sabes q é verdade!!*

 
On 9 de abril de 2008 às 22:58 , Anónimo disse...

As pessoas como tu são capazes de mudar o mundo :)