Vamos ser cúmplices o resto da vida?
Vamos ser cúmplices o resto da vida?
Assim com auréola, uma beleza delicada, um forte brilho, com asas e enorme luz interior que quase cega?
- Não, não sou esse tipo de anjo.
Tal como diz a minha mensagem:
"Deixo-me ir numa viagem tão só quanto aquilo que sou, carregando tudo aquilo que amo. Talvez seja loucura… mas sinto que preciso ir. Tenho medo, mas esse medo só me faz seguir em frente. Todos os passos que damos, sozinhos, sempre são mais penosos. Acompanhados, tudo fica mais fácil. Mas nada que vale realmente a pena é fácil, por isso preciso fazer isto assim, sozinho."
Há caminhos que precisamos percorrer sozinhos.
Não estou mesmo. Preciso de paz...
"Sento-me só por um segundo e fico a observá-la, mas ela não devolve o olhar. Compreendo. Não sabe quem sou. Para ela sou um estranho. Depois, desviando-me, baixo a cabeça e rezo silenciosamente para que me sejam dadas forças de que sei que irei precisar. Fui sempre um crente convicto em Deus e no poder da oração embora, para ser honesto, a minha fé tenha acabado por me suscitar uma lista de perguntas que, definitivamente, só quero que sejam respondidas depois de eu partir."
A música, o filme...
O filme, a música...
E tudo parece tão simples. Um filme, uma música. Palavras, gestos. Peças de um puzzle que juntas dizem tudo quando sozinhas nada valem. E mesmo assim, há muitas que nada dizem.
Chega a parecer uma espécie de encanto. Um encanto fugaz. Coisa efémera. Mas lá está, com o encanto vem o desencanto.
Aquele encanto que faz com que o beijo seja maior que a boca. Onde tudo se passa, mas afinal nada acontece.
Mas lá está, com o encanto vem o desencanto.
E só isso basta para perceber que o amor, para além de ser cego, é estúpido!
Há gente com estudos que diz que "nos comportamentos humanos, e nos animais, há um ciclo de prazer que pode levar a uma ruptura de toda a espécie de autorregulação."
Os dias são de parar e reflectir...
São de olhar para dentro de mim.
De olhar para trás.
Por vezes, olhando para o passado, damos muito mais valor ao presente que temos como presente da vida... e olhamos o futuro com muito mais fé.
Olhar para trás, fazer os balanços que gosto e preciso.
Ver que afinal os erros não foram erros, foram aprendizagem.
Que os amores que podiam ter sido e não foram, não foram porque não podiam ser.
Que os encontros não foram por acaso.
Que as despedidas deixaram as marcas que o tempo não fez esquecer, mas que sarou.
Que o passar dos dias trouxe paz à minha vida, que o meu peito se tornou leve, que o meu coração bate compassado... como se me dissesse que está pronto. Outra vez.
Olhar para trás e ver que a vida muda a cada instante... que um dia pode fazer toda a diferença.
Que quando pensei que tinha perdido tudo, afinal ganhei.
Que aqui dentro, pedido no meio de mim, há trilhos que por vezes percorro com medo de caminhar por lá sozinho, com medo de me perder. Mas quando encontro coragem e avanço... encontro pedaços que me fazem sorrir. Coisas que não sabia que tinha, que descubro escondidas de mim e do mundo... perdidas no meio do nada que tanto sou...
Inevitavelmente há sempre alguém que nos dá asas...