Talvez não saiba bem o que escrever, nem como me expressar. Tudo o que quero dizer-te é "Feliz dia". Que te quero saber ser sempre bem. E mesmo quando não estejas, que lutes por isso. E neste caminho duro de futuro, que saibas dar os passos certos. O caminho não o posso fazer por ti. Mas posso dar-te a mão e fazê-lo contigo.
Obrigado por fazeres parte da parte bonita da minha vida.
E quero brindar contigo, porque tudo o que é grandioso em nós, precisa ser comemorado. E acredito que o que temos é valioso...
Deixa-me dar-te um beijo, um abraço e dizer-te que mesmo que a vida vire tudo do avesso, vou querer-te sempre bem. E que se mantenha esta cumplicidade que um dia criámos e que soubemos manter, para sempre. Que não desistas de mim, enquanto sentires que vale a pena.
Vou sussurrar-te ao ouvido: Gosto muito de ti...
De ouvir... E ouvir.
Levado pela toada deste título, não pude (também eu) resistir. Agora já percebi o porquê de ser tão feinho.
Pois... Não admira!
(ao menos os olhos combinam comigo)
Partilharam comigo e eu torno a partilhar:
"Destravarmos os sentimentos e surgirmos puramente vulneráveis diante de quem queremos é sempre mais difícil, com a idade, com o acumular das desilusões. Acreditar e voltar a acreditar no amor é coisa para um coração herói, acho isso. É fundamental arriscar, arriscar e sofrer."
"Onde estarei vós, ó olhos perturbadores e profundos, ó boca embriagante e fatal que há-de prender-me para todo o sempre?!...”
Com maior ou menor frequência, acontece-nos a todos tropeçar em alguma coisa ou alguém que nos obriga a parar e a pensar. Os acontecimentos à nossa volta, as circunstâncias específicas de cada um, a vida vivida ( e quase nunca sonhada) e aquilo que não entendemos levam-nos a fazer perguntas a nós próprios. A tentar perceber, a encontrar um sentido, a avaliar e a medir.
Ir ao fundo de si mesmo nunca é um caminho fácil nem linear e, por isso, instintivamente evitamos algumas direcções e preferimos certos atalhos. Parecem-nos mais seguros e, no imediato, até abreviam o percurso, mas intimamente sabemos que a longo curso muitos destes atalhos só multiplicam os trabalhos.
Temos tantas coisas mal arrumadas dentro de nós que a tentação de evitar caminhos é banal e universal. Ou seja, todos sabemos do que se trata.
Acontece que nem sempre podemos "ir à volta", assobiar para o ar ou fingir que não vemos o que estamos a ver e não ouvimos o que estamos a ouvir. Falo, em especial, da voz interior que nos habita e jamais poderemos calar. Falo de sentimentos, portanto.
Alguém disse um dia que "deixar-se amar é aquilo a que todos resistimos mais ao longo da nossa vida" e, de facto, deixarmo-nos amar é de certa forma incómodo. Senão vejamos.
Aceitar amar e ser amado envolve riscos à partida: podemos sofrer com esse amor; podemos achar que não estamos à altura de responder aos seus desafios; podemos sentir posse e ciúmes e podemos ter a angústia de o vir a perder. Para quem, como nós, tem tantos medos e aflições, e, insisto, tantas coisas por arrumar cá dentro, estes e outros riscos são um preço demasiado elevado para pagar pelo amor. Ou não. Tudo depende do preço que cada um está disposto a pagar por aquilo que é verdadeiramente essencial para si.
Acima de tudo, ninguém quer sofrer, mas na realidade também tem que haver lugar para a tristeza e, nesse sentido, cabe perguntar se por haver sofrimento as coisas deixam de ser importantes.
Voltando à questão do amor poder ser incómodo, vale a pena pensar que, sob a aparência de bem, o tempo e a vida muitas vezes se vão encarregando de nos tirar a capacidade de amar e de sermos amados, na medida em que nos vão enchendo de coisas, interesses, medos, equívocos, situações menos claras, critérios, prioridades e preguiças que vão instalando na nossa cabeça e no nosso coração e nos impendem de sentir com verdade. Este tempo vertiginoso e esta vida acelerada confundem-nos e alteram profundamente a nossa maneira de ser e de estar. Muitas vezes não percebemos o que é importante e não sabemos onde pomos o nosso coração. O pior é que frequentemente as nossas prioridades do coração não acompanham as da cabeça e é este descompasso de racionalmente sabermos o que vem em primeiro lugar, mas emocionalmente não sermos capazes de lhe dar a prioridade absoluta, que, tantas vezes, nos deita a perder.
E é justamente nesta lógica, neste sentido exigente e perturbador, que o amor exerce alguma violência sobre nós. Ou pelo menos alguma pressão, na medida em que nos obriga a perceber que se não há espaço para amar é porque esse espaço está ocupado com outras coisas.
Por tudo isto, só é possível ir mais longe se arriscarmos quebrar paredes e derrubar muros que permitam criar o espaço que nos falta. Ou fazer como fazem os entendidos, que podam as videiras e cortam os ramos para que os frutos cresçam mais e a seiva circule melhor.
Laurinda Alves
Definitivamente há coisas sobre as quais não vale a pena insistir. No fim só se ganha uma coisa: Tempo perdido!
Passamos pelas coisas sem as ver,
gastos, como animais envelhecidos:
se alguém chama por nós não respondemos,
se alguém nos pede amor não estremecemos,
como frutos de sombra sem sabor,
vamos caindo ao chão, apodrecidos.
Eugénio de Andrade
"E se algum dia me afastar de ti, se algum dia eu me esquecer de nós... Vem procurar-me onde estou. Não penses que sei ser sem ti."